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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Por que um anel?



 Frodo e Sam com o Um Anel


“Bilbo estava designado a encontrar o Anel, e não por quem o fez.” Gandalf a Frodo, em “A Sociedade do Anel”.

O título dá forma a uma pergunta que já deve ter sido feita por vários leitores, fãs e iniciados da obra-prima de J.R.R.Tolkien:

Por que Tolkien escolheu o anel como objeto em torno do qual giraria sua narrativa?

Desde os primórdios, os anéis são artefatos comuns a todos povos e civilizações humanas, confundindo-se com seu próprio surgimento, com as mais diversas utilizações, representando ligações entre pessoas, poder, títulos, recompensas ou simples objetos de adorno.

Talvez exatamente por ser uma peça antiga, os anéis logo passaram a ser associados a poderes mágicos, transformando-se em “talismãs” e carregando outros poderes sobrenaturais, de acordo com a crença de vários povos.

Já na antiguidade, o filósofo grego Platão narra a lenda do “Pastor de Gyges”, o qual encontra por acaso um cadáver com um anel que ele toma e logo descobre que lhe dá o poder da invisibilidade.

Na mitologia nórdica e anglossaxã, cuja tradição oral foi vertida em escrita após a cristianização dos povos do Norte europeu, textos como o germânico Nibelungenlied e o nórdico Edda, por exemplo, mencionam o “Anel dos Nibelungos”, artefato mágico forjado pelo anão Alberich, quem é levado à presença do deus Odin e despojado dele (curiosamente, o anão o chama de “meu precioso”, e amaldiçoa com a inveja e a perdição seu novo dono, pois ele o considerava seu maior bem). Com o anel numa das mãos, Odin se sente dono de uma força nunca antes sentida, e é tomado por uma enorme afeição por ele, ignorando as tragédias que ele daria causa.

Como estudioso dos mitos europeus, especialmente da Escandinávia, é evidente a influência do imaginário nórdico na criação dos Anéis de Poder na literatura de J.R.R.Tolkien.

Em sua literatura, os anéis de poder foram forjados durante a Segunda Era, quando Sauron, o qual ainda possuía um corpo físico com aparência não hostil, conseguiu aproximar-se dos elfos do reino de Eregion, estreitando relações com seus ferreiros. 

Sob influência de Sauron, os ferreiros de Eregion atingiram o auge do conhecimento em seu ofício, quando então os Anéis de Poder começam a ser forjados, no ano de 1500 da Segunda Era. São confeccionados nove para os reis humanos, sete para os reis anões, e três para os senhores élficos, os quais os recebem como “presentes” de Sauron com o engodo de que lhes dariam magicamente poder e prosperidade. 

Assim, em 1600, Sauron forja secretamente o Um Anel em Orodruin, a Montanha de Fogo, em Mordor (onde Frodo posteriormente o leva para destruição), para através dele comandar e dominar através dos outros anéis seus respectivos donos. Neste mesmo ano, Celebrimbor, senhor de Eregion e quem ajudou a forjar os anéis, percebe tardiamente as intenções de Sauron, de modo que os três anéis élficos são escondidos e inicia-se a guerra entre os elfos e Sauron. Celebrimbor é morto, Eregion é devastada, e Moria, o reino anão vizinho, fecha seus portões.

O terror de Sauron nesse período só é contido quando Tar-Minastir, rei de Númenor, um poderoso reino humano situado no além-mar a oeste, envia uma frota para combatê-lo. Após sua derrota, Sauron concentra suas forças no leste, onde já havia edificado sua fortaleza Barad-dûr quando forjou o Um Anel, consolidando o reino sombrio de Mordor.

Aproximando-se de mais um filme da trilogia “O Hobbit”, será discorrido a seguir sobre a relação de dois de seus principais personagens com os anéis de poder de Sauron.

O anel de Gandalf

É um fato nem sempre lembrado ou conhecido por muitos, mas Gandalf tinha um anel mágico, apesar de ter recusado o Um anel, mesmo diante da oferta de Frodo, para que o guardasse:

“Não me tente! Pois não quero ficar como o próprio Senhor do Escuro. Mas o caminho do Anel até meu coração é através da piedade, piedade pela fraqueza e pelo desejo de ter forças para fazer o bem.” (A Sociedade do Anel). (Já o outro mago Saruman, como é sabido, cobiçava o anel particular de Sauron, não se importando com toda maldade que ele carregava e gerava, a fim de saciar sua sede de poder e domínio).

Gandalf chegou à Terra Média após o primeiro milênio da Terceira Era, quando os poderes das Terras Imortais decidiram enviar mensageiros, os Istari (magos) para fazer frente ao poder de Sauron, que mesmo derrotado durante o Cerco de Barad-dûr (3434-3441 da Segunda Era), começava a ameaçar novamente a Terra Média tentando recuperar seu poder através do Um Anel cortado de sua mão pelo rei humano Isildur.

Assim, Saruman e Gandalf, “o Peregrino Cinzento”, eram considerados os maiores dentre os cinco magos enviados. Ao chegar aos Portos Cinzentos, no litoral oeste da Terra Média, Gandalf foi recebido por Círdan, o elfo senhor dali, quem “enxergava mais longe e mais fundo que qualquer outro na Terra Média”, oferecendo-lhe um anel, dizendo:

“- Tome este anel, Mestre – disse ele, pois seus trabalhos serão árduos; mas ele irá ajudá-lo na cansativa missão que você tomou para si. Pois este é o Anel de Fogo, e com ele você poderá reacender corações num mundo que se esfria.”

Tratava-se nada menos do que um dos três Anéis de Poder dados por Sauron aos três maiores dos eldar, a raça élfica: Gil-galad (morto durante o cerco a Barad-dûr), Galadriel (Senhora de Lothlórien) e o próprio Círdan, quem em sua profunda sabedoria soube como reverter o feitiço de Sauron contra ele mesmo ao enxergar em Gandalf seu imenso desejo de fazer o bem entregando-lhe o anel.

Vale observar que os anéis élficos não corromperam os elfos e nem eram totalmente maléficos porque não foi Sauron quem os fez, nem sequer os tocou, e sim os próprios elfos de Eregion. Ainda, eles foram preservados quando Celebrimbor descobriu os planos de Sauron e fez com que fossem escondidos a tempo. Contudo, o Um Anel ainda teria influência sobre eles, se Sauron conseguisse resgatá-lo e ampliar seu poder maligno.

O anel de Thorin

Por direito, Thorin era o dono de um dos anéis forjados por Sauron para os sete reis anões, uma vez que era descendente de Durin, o senhor de uma das sete casas anãs. 

Quando Sauron percebeu que os anéis mágicos eram inúteis em seu intento de dominar a raça anã, a qual devido à sua natureza não poderia ser transformada em sombras nem controlada (outro fracasso de sua estratégia de dominação), o Senhor do Escuro logo tratou de perseguí-los para tomar-lhes os anéis, cujo efeito neles apenas aumentava sua ambição por metais e os enriquecia.

Quatro deles já haviam sido perdidos, derretidos pelo fogo dos dragões que pilharam os grandes tesouros dos anões um por um. Dentre os três que restaram, um pertencia à Thrór, avô de Thorin, quem o repassou a Thráin, seu filho, antes de partir para Moria e lá ser morto pelo orc Azog.

Após terem vingado Thrór na longa guerra contra os orcs, Thráin juntamente com o filho Thorin e os sobreviventes de Azanulbizar retornam à sua vida de exílio, posto que Erebor, seu reino, fora tomado pelo dragão Smaug.

Certo dia, Thráin decidiu partir em direção a Erebor juntamente com poucos do seu povo (Thorin não fora incluído). Quanto mais se aproximava de seu destino, mais obstáculos e adversidades eles encontravam pelo caminho, pois Sauron descobrira de algum modo que Thráin tinha um dos três anéis restantes e colocou suas forças à sua espreita. Assim, em um dado amanhecer, seus seguidores deram pela sua falta, e muito procuraram e chamaram-no, sem sucesso, quando finalmente decidiram retornar.

Thráin fora capturado por agentes de Sauron e levado para Dol Gudur, onde prenderam-no e torturaram-no até a morte, tomando-lhe o anel mágico.

Assim Thorin perdeu o pai e o único tesouro que restava de seu reino. 

Quanto aos outros dois anéis mágicos, acredita-se que eles jazeram sob os escombros de Barad-dûr, quando Sauron fora definitivamente destruído juntamente com o Um Anel. Seja como for, com a destruição de Sauron e seu Anel, todos os outros perderam o poder.

Mas a perda do anel tampouco pode ser vista como desvantagem para Thorin: o anel apenas atiçaria a sua cobiça, e lhe traria tragédias semelhantes às de seu avô e de seu pai. Livre da maldição do anel presenteado por Sauron, Thorin ficou livre para seguir o que seu coração realmente queria, com força suficiente e natural: reconquistar Erebor, feito que teria grande peso no futuro da Terra Média ao restaurar um grande baluarte contra Sauron (ver post “Como Thorin e os anões salvaram a Terra Média”).

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Novo Site e outras novidades



Caros visitantes, fãs, leitores e seguidores,

Em uma de suas cartas, o escritor J.R.R. Tolkien registrou que seu trabalho deveria permitir que “outras mentes e mãos” lhe dessem continuidade.

Assim, com o modesto conhecimento que tenho sobre o universo do autor inglês, e com toda reverência, escrevi o seguinte conto sobre os anões, publicado no site TOLKIEN BRASIL, para o qual convido também a todos a conhecerem para saber o que há de mais recente e interessante sobre o mundo de Tolkien.


Lá também se encontra um artigo de minha autoria, “Terra Média: mito ou verdade?” no qual discorro sobre a possibilidade de a literatura de Tolkien ser mais do que simples ficção, adentrando nos domínios da realidade.

Espero que gostem, tanto do conto e do artigo como especialmente do site!


sábado, 1 de junho de 2013

Caros fãs, visitantes e seguidores,

A segunda parte da jornada de Bilbo e os anões rumo à Erebor, marcada para dezembro/ 2013: "O Hobbit - A desolação de Smaug" trará novas aventuras para o grupo, além de novos personagens da narrativa pelos quais muitos estão ansiosos por conhecer.

Já houve até quem se antecipou, incorporando personagens de "O Hobbit", como é o caso deste pequeno filme no Youtube sobre Bard, um dos heróis da obra que deverá aparecer na sequência da trilogia no fim deste ano.

 Vale a pena conferir!