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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

AS FLORESTAS DAS TREVAS

O rei élfico Fingolfin desafia Morgoth, o Senhor do Escuro (O Silmarillion).


Com o tempo, após graduar-me em Literatura estrangeira e ler centenas de livros, dentre os quais os clássicos das literaturas Inglesa e Francesa, aí incluídos a magnífica e vasta literatura de Tolkien, eu observei um ponto comum em todas as elas.

Basicamente, todas as obras, e as de Tolkien deixam isso mais evidente, é a questão da escuridão que assedia os corações, seja através de um poder escuro maléfico, seja por essa própria escuridão manifesta numa caverna, numa prisão, ou numa floresta.

É assim com Bilbo e a Companhia do Anel, que devem atravessar a obscura Floresta das Trevas ou as profundezas de Moria. É assim com Dante Alighieri, que precisa atravessar a escuridão tenebrosa de uma ‘selva oscura’ antes de ingressar na sua jornada pelo Inferno em ‘A Divina Comédia’, é assim com João e Maria, que perdidos numa floresta ambientada em escuridão igualmente assustadora, precisam vencer a bruxa má.

A lista desse arquétipo se estenderia sem fim. O heroi do conto de fadas, não apenas como gênero, mas como narrativa de luz e trevas, via de regra precisa trilhar caminhos de árvores retorcidas, trevas e perigos, e somente pela sua determinação e coragem ele alcançará o fim de sua jornada renovado e iluminado, apesar de suas roupas em farrapos e sua mente levada aos limites da sanidade.

Por isso, o contraste luz - trevas na literatura de Tolkien, seja através das Silmarils/Morgoth, Galadriel/Sauron, Arkenstone/Smaug, Bilbo/Um Anel, retrata como nenhum evento da realidade o embate dessas forças que fazem com que cada um de nós vivamos nosso próprio conto de fadas.

Que a luz, então, prevaleça em nossos caminhos!


Aurë Entuluva!

domingo, 23 de outubro de 2016

NOTÍCIAS DE TOLKIEN: A Segunda Guerra dos Anões Contra os Orcs

Quem é fã de 'O Hobbit' certamente já ouviu falar da terrível batalha de Azanulbizar, a qual inclusive está relacionada à chave de Erebor que Gandalf dá a Thorin em 'O hobbit'.

A batalha foi protagonizada pelos anões contra os orcs nos portões do reino de Moria, e teve um desfecho terrível para ambas as partes - embora vencedores, os anões perderam grande parte de seu contingente e não puderam recuperar seus reinos perdidos.


A capa do livro.

A herança maior desse conflito foi um ódio sem dimensões entre as duas raças, o qual nem o tempo pode apagar. Foi assim que, durante a Quarta-Era, quando os elfos já tinham ido embora para sempre para fora do mundo e os homens se ergueram como senhores absolutos da Terra-Média, os anões tiveram que reunir forças mais uma vez para vingar mais uma atrocidade cometida pelos orcs, e recuperar uma preciosa relíquia antiga de suas mãos malditas.

Foi assim que teve início a Segunda Guerra dos Anões Contra os Orcs, de autoria de Marcus Knight, pela editora MCS, um especialista em guerras e fã da literatura de Tolkien.

O mapa da Terra Média na Quarta-Era


Infelizmente, o livro ainda não possui tradução em português, mas para aqueles que se dão bem com a lingua mãe do mestre Tolkien, vale a pena conferir! 

O link da obra na Amazon:


E existe uma grande possibilidade do modesto escriba deste blog apresentar uma tradução em Português da obra neste blog, na forma de novelas com 5 a 10 páginas semanais... Tudo o que é necessário para isso acontecer é a sua visita e interesse, caríssimo leitor!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DE NOVO, UM ANEL!

Recentemente, a imprensa nacional, e certamente a internacional noticiou maravilhadas o encontro de um anel que reapareceu após décadas perdido no mar. O melhor é que o anel foi parar direto na mão do seu antigo dono, que jamais esperaria reaver a joia, na verdade uma aliança de casamento.

Ainda bem que era só uma aliança. Se o Um Anel de Sauron não tivesse sido derretido na Montanha de Perdição, eu ficaria extremamente preocupado... Bem dito o que um dos sábios disse no Conselho de Elrond: se o Um Anel fosse lançado ao mar, ele encontraria um meio de retornar.

Proeza semelhante somente Déagol foi capaz de fazer, e pagou com a vida sob a loucura do amigo Sméagol.

Mas a história não para por aí. Até onde eu me lembro, dois dos três aneis élficos tiveram paradeiro desconhecido. dos 7 anéis anões, a maioria foi destruída pelos dragões, mas os restantes, como o anel de Thrór, também estão desaparecidos. E os nove dos homens, cuja magia pérfida cedeu com a queda de Sauron, tanto podem ter se desintegrado quanto podem ter caído da mão das sombras desfeitas de seus portadores como meras joias gastas pelo tempo e pela maldade.



Houve uma época em que eu encontrava anéis com muita facilidade - desde alianças até anéis valiosos que iam para o dedo das minhas cortejadas, além de meras bijuterias pisoteadas e sem valor. Mesmo sabendo que a história o Anel era um conto de fadas, eu nunca deixei de acreditar no poder 'místico' que certos objetos carregam consigo, como tais aneis perdidos - para os antigos, é o famoso 'feitiço'.

No imaginário popular e na literatura, não raro aneis são objetos de poder e magia por ser um objeto de uso fácil e comum, sem falar no seu valor com joia. E como venho insistentemente pregando, os mitos sempre carregam um fundo de verdade, existem forças que circulam pelo mundo e se depositam nesses objetos desgarrados - basta lembrar o que aconteceu com a queda de Sauron: sua sobre se dispersou no extremo norte, e de certo modo, o legado de sua magia negra permaneceu na Terra-Média. 

Gandalf ilustra muito bem essa verdade quando fala de sua luta contra o Balrog as alturas imensuráveis de um pico: quem olhasse para cima e visse o fogo e o raio, acharia que tudo não passava de uma tempestade e um pequeno incêndio...

E é assim que nossos olhos incrédulos buscam racionalizar tudo. O anel de que falei no começo voltou para seu dono do fundo mar pelo simples acaso? Haveria razão capaz de encontrar esse anel no fundo do mar e levá-lo à mão do dono?

Ainda citando Gandalf: Bilbo estava destinado a encontrar o anel por uma força que não era a de Sauron.

Coisas fantásticas acontecem muitas vezes sob o nome do acaso, mas são termos muitos vagos para eventos tão precisos, especiais e decisivos.