“Bilbo
estava designado a encontrar o anel, e não por quem o fez.”
Gandalf a Frodo, em “O Senhor dos Anéis”.
Em
tempos de acontecimentos frequentemente obscuros e intimidadores, com o
crescimento de falsas religiões e falsos profetas, parece não haver nada que dê
importância a histórias como “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis” no que diz
respeito a esses assuntos.
A
verdade é que J.R.R. Tolkien escreveu suas obras primas não apenas inspirado
pelo seu conhecimento artístico e acadêmico, mas por uma profunda fé em Deus na
condição de adepto do Catolicismo.
Antes
da perda prematura dos pais, Tolkien recebeu educação Católica Apostólica
Romana, que teve continuidade quando ficou sob a tutela do padre Francis Morgan.
Quando
voltou sua vida para o estudo de línguas, tinha o Latim, a língua oficial do
Vaticano, como uma de suas línguas prediletas, a qual inclusive serviu-lhe como
inspiração na criação de suas línguas élficas (o Sindarin). Em 1966, o mestre
de Oxford chegou a traduzir o livro do profeta Jonas diretamente do original em
Aramaico para o Inglês.
Após
seu casamento, assiduamente assistia às missas de Domingo. Seu filho mais
velho, John Tolkien, se tornaria padre da Santa Madre Igreja mais tarde.
Certamente,
a maior contribuição do autor para a Igreja vem de sua ampla Literatura, onde
exemplos de esperança, fé, caridade, compaixão, partilha, e mesmo sacrifício
pelo bem dos semelhantes, dentre outras virtudes cristãs, são igualmente vastos
e bem evidentes. Embora não quisesse transmitir outras mensagens através de sua
obra a não ser aquilo que pudesse ser imediatamente lido, Tolkien reconhece a
influência cristã na sua obra, em uma carta a um leitor (A Carta 142 – livro “Cartas
de J.R.R. Tolkien”):
“O Senhor dos Anéis obviamente é uma obra
fundamentalmente religiosa e católica; inconscientemente no início, mas
conscientemente na revisão. E por isso que não introduzi, ou suprimi,
praticamente todas as referências a qualquer coisa como “religião”, a cultos ou
práticas, no mundo imaginário. Pois o elemento religioso é absorvido na
história e no simbolismo.”
Tempos
depois, o fato viria a ser corroborado pelo então Cardeal Jorge Mario
Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, Argentina, nomeado Papa em 2013, adotando
o nome “Francisco” quem através do sermão “Mensagem às comunidades educativas” em
23 de abril de 2008, recomendou a leitura das obras de Tolkien, dizendo:
“Tolkien, na literatura contemporânea, retoma em
Bilbo e em Frodo a imagem do homem que é chamado a caminhar, e seus heróis conhecem
e encenam, caminhando, o drama que se desdobra entre o bem e o mal.” (tradução
do original em Espanhol pelo autor).
Precedendo
as palavras do Santo Padre, em 26 de fevereiro de 2003, o jornal do
Vaticano L’Osservatore Romano publicou um artigo onde recomendou a
leitura das obras do autor exaltando seu conteúdo cristão, colocando-as como
“uma espécie de teologia”.
Pode-se
entender o valor dessas palavras quando se tem o conhecimento de que a saga
“Harry Potter”, com larga aceitação popular, não recebeu as mesmas bênçãos do
Vaticano, então sob Pontificado de Bento XVI (Joseph Ratzingher), quem
desaprovou as aventuras do bruxo inglês.
No vídeo a
seguir, o Padre Paulo Ricardo de Azevedo Jr., diletante das obras do autor
inglês, traz mais detalhes sobre a relação entre Catolicismo e a literatura de
J.R.R. Tolkien. Vale a pena ver.
E vale
lembrar ainda que “O Hobbit”, cujos filmes foram apresentados há pouco ao
público, história que segue a mesma tônica cristã, funciona como peça
introdutória ao “Senhor dos Anéis”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário