Caros fãs de Tolkien, visitantes e seguidores deste blog,
Hoje venho em especial trazer um esclarecimento a respeito da minha obra "O hobbit: Um amigo para seu filho", que se faz especialmente necessário após uma matéria veiculada sobre a mesma em um conceituado jornal de uma das capitais brasileiras.
Fui entrevistado pela repórter via telefone, uma vez que nos encontrávamos em cidades distintas. Em determinado momento, precisei explicar que o conto "O Hobbit" de J.R.R. Tolkien não era essencialmente como uma fábula, na qual o propósito moral é evidente. E salientei, inclusive, que Tolkien evitava este
tipo de literatura, assim como alegorias, ou seja, histórias que trazem mensagens subjacentes à narrativa principal.
Enfim, tanto quanto pude argumentar, pontuei que o meu livro sobre "O Hobbit" era um convite para se enxergar vários bons exemplos que podem ser verificados através dos personagens "do bem" na aventura, exemplos os quais, para o próprio Tolkien, não tinham qualquer intuito doutrinador proposital, eram consequências espontâneas da interação bem versus mal que dá o tom principal na "Saga do Anel".
Em momento algum eu disse in verbis que O Hobbit era cheio de "alegorias" e "moral", como o jornal em questão publicuou:
“Originalmente, o autor escreveu essa história para contar à noite para
seus filhos. Eu uso esse potencial para mostrar a pedagogia que existe
por trás dos contos, cheios de alegorias e uma moral”.
Uma infeliz falha de comunicação, se não jornalisticamente, pelo menos tecnicamente: lembro-me de a ligação telefônica estar bem ruim na ocasião, o que certamente levou ao registro equivocado da minha mensagem, que pregava exatamente o contrário.
Alguns dias antes de a matéria ser publicada, no post "O filme: apenas bons comentários" (dezembro), eu falo exatamente da aversão que Tolkien tinha por alegórias, o autor inclusive deixou registrado em uma de suas cartas que durante sua infância, jamais gostara das fábulas de Andersen, por sempre "se insinuarem para ele".
Logo, conhecendo a biografia de Tolkien e respeitando-o como um verdadeiro discípulo, eu jamais publicaria ou diria algo que contrariasse sua obra e seus ideais.
Portanto, volto a repetir, como tenho feito tantas vezes neste blog e em outros veículos de comunicação:
"O Hobbit: um amigo para seu filho" não é um guia para se enxergar fábulas, alegorias e moralismo na obra de Tolkien, é apenas uma proposta para se observar os bons exemplos numa situação em que se pode se perceber claramente o bem e o mal, algo bem típico, aliás, dos contos de fadas de um modo geral, daí meu livro abranger quaisquer obras do gênero que se enquadrarem nesta proposta.
Mal-entendidos resolvidos, avante na jornada!
Marcus Pedrosa.
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