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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

As espadas de O Hobbit: Gondolin



Tuor encontra o elfo Voronwë, quem o leva a Gondolin.

No livro “O Hobbit”, Elrond chama  a atenção para as duas espadas encontradas na caverna dos trolls por Gandalf e Thorin.
Quando apresentam as lâminas a Elrond em Valfenda, este lê as inscrições em sua superfície, e diz: “São espadas antigas, espadas muito antigas dos Altos Elfos do Oeste, meus parentes (ver post “O peregrino do tempo” [novembro]). Foram feitas em Gondolin para as guerras contra os Orcs. Devem ter vindo do tesouro de algum dragão ou da pilhagem de algum orc (antes de pertencer aos trolls), pois os dragões e os orcs destruíram aquela cidade há muito tempo.” (“O Hobbit”, capítulo “Um breve descanso” ed. WMF Martins Fontes]).
Elrond então explica que em Gondolin as lâminas eram chamadas de Orcrist (“Fende-Orc” ou “Racha-Orc”, usada por Thorin, uma “espada famosa”) e Glamdring (“Martelo do Inimigo”, usada por Gandalf, outrora pertencente a Turgon, elfo senhor de Gondolin).
Mas o que era Gondolin? Como foi destruída?
Antes de responder a estas perguntas, convém comentar um detalhe sobre a carreira de J.R.R. Tolkien: Quando escreveu o Hobbit, na década de 20, ele já havia rascunhado, por assim dizer, a obra conhecida como “O Silmarillion” (ver posts anteriores), começada enquanto ele ainda era um combatente nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial.
Ao mencionar Orcrist e Glamdring em O Hobbit, Tolkien certamente considerou adiantar elementos da obra que ele próprio considerava seu maior trabalho, e que viria a ser publicado tão logo as histórias sobre hobbits e a saga do anel ganharam notoriedade.
Portanto, Gondolin, ou “Rocha Escondida”, um de seus sete nomes, era uma poderosa e esplêndida cidade élfica da Primeira Era, escondida entre colinas encantadas sem trilhas, e protegidas pelas Águias Gigantes, construídas pelo rei élfico Turgon, filho de Fingolfin, um dos poderosos reis dos Elfos Cinzentos (os Noldor) que chegaram à Terra Média através do mar que a separava das Terras Imortais além do Oeste.
Como os elfos, homens mortais e anões viviam em guerra constante contra Morgoth, “O Senhor do Escuro”, senhor de Sauron, Gondolin era a última linha de defesa, por assim dizer, dos elfos, depois que todos seus reinos caíram.
Turgon, seu senhor, confiava que o segredo de sua localização seria suficiente para garantir sua proteção, e após a Batalha das Lágrimas Incontáveis (Nirnaeth Arnoediad, em élfico), que suas tropas abandonaram, Turgon decidiu não tomar mais parte na luta contra Morgoth.
Mas quando recebeu a notícia da queda dos outros reinos élficos, Turgon começou a ser incomodado pela desconfiança e medo de traição, levando-o a proibir qualquer habitante de Gondolin de deixar seu limite de segurança.
Enquanto resistiu, a Cidade dos Sete Nomes foi cheia de alegria e paz.
Até que justamente uma traição tão temida por Turgon, considerada a mais vergonhosa dos “Dias Antigos”, por parte de um elfo chamado Maeglin¸que entregou o segredo da exata localização da cidade quando foi preso por orcs após desrespeitar as ordens do rei de não se afastar da cidade.
A traição do elfo foi mais condenável especialmente quando este, apesar das ameaças de torturas terríveis, aceitou uma proposta do próprio Morgoth, quem lhe garantiu o domínio sobre a cidade e a mão da filha de Turgon, Idril Celebrindal, cuja mão fora prometida a Tuor, um valoroso guerreiro humano que havia sido aceito em Gondolin, o que contrariou Maeglin, que por sua vez era apaixonado pela princesa.
Assim, num dia de festa, Morgoth enviou do norte suas tropas de orcs, balrogs, lobos e dragões, de modo que a cidade foi irremediavelmente sitiada.
Os inimigos romperam a guarda de cada um dos sete portões de Gondolin, até sua última cidadela, arruinada junto de seu defensor,Turgon, quem lutou bravamente com Glamdring em punho até o fim.
Muitos atos de bravura naquele dia foram dignos de registro, inclusive de Tuor, quem salvou Idril de Maeglin, matando-o, e fugindo finalmente por uma passagem secreta para fora de Gondolin destruída.
Com o passar do tempo, Tuor, sua esposa Idril e muitos dos sobreviventes de Gondolin foram viver no litoral, e quando Tuor sentiu a proximidade da velhice, cresceu-lhe no coração o desejo de fazer-se ao mar.
Então, Tuor construiu um grande barco, e juntamente com sua amada, partiu em direção ao pôr-do-sol. Depois disso, nunca mais se teve notícia deles, mas conta-se que ele passou a ser considerado como um elfo, indo viver nas Terras Imortais.
Gondolin, contudo, havia deixado de existir. Seus únicos vestígios no tempo, além dos contos de bravura de seus defensores, foram as espadas Glamdring e Orcrist, ressurgidas do esquecimento nos dias de Bilbo Bolseiro e sua aventura.

Fontes: O Silmarillion, capítulo “De Tuor e da Queda de Gondolin”, de J.R.R. Tolkien.


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